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Investe SP – Bandeirantes compra Deicmar e quadruplica área em Santos

Fonte: Valor Econômico, 15/03/2018

A Bandeirantes Logística Integrada comprou o grupo portuário Deicmar e quadruplicou sua área alfandegada em Santos, para 100 mil metros quadrados. O Valor apurou com fontes de mercado que a transação foi da ordem de R$ 50 milhões. A Bandeirantes não confirmou o valor do negócio, que é sigiloso. Os ativos da Deicmar incluem terminal portuário e áreas na retaguarda do cais santista.

A aquisição foi aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Bandeirantes deverá financiar a compra prioritariamente com empréstimo bancário.

O presidente da Bandeirantes, Washington Flores, disse que as marcas serão mantidas separadas, já que as atividades são complementares. “A Bandeirantes é um dos dois maiores em operação de cargas fracionadas [em contêineres] e a Deicmar tem foco muito forte no cliente final”, disse.

A decisão da Bandeirantes de comprar a Deicmar decorreu de uma necessidade por espaço e integra a estratégia de crescimento do grupo. A área da Bandeirantes em Santos é de 27 mil metros quadrados, pequena, segundo Flores, para a capacidade de vendas da empresa. Já a Deicmar tem um Centro Logístico Industrial Aduaneiro (Clia) na entrada de Santos, às margens da Via Anchieta, de 65 mil metros quadrados. Ali são adiantados os processos de comércio exterior. Somados, são quase 100 mil metros quadrados de área alfandegada.

Além disso, a Deicmar tem outra área somente para cargas de exportação, com 55 mil metros quadrados, próxima ao Clia. E dois contratos de terminais portuários dedicados à movimentação de cargas de projeto (de grandes dimensão, que vão soltas no navio) e rolantes (como veículos).

O problema é que os contratos portuários estão vencidos e operam sob liminar. Foram firmados antes da antiga Lei dos Portos, de 1993, pertencendo, assim, ao clube dos chamados “contratos pré-93”. O Decreto dos Portos, de 2017, veda a possibilidade de esses contratos serem prorrogados. “Vamos continuar operando os dois terminais. Se durante o período de vigência das liminares houver alguma mudança na legislação, vamos ficar muito felizes em fazer investimentos”, disse Flores.
A empresa resultante terá 800 funcionários. A perspectiva é de que o faturamento neste ano alcance R$ 400 milhões. Em 2017, a Bandeirantes teve receita na casa de R$ 210 milhões. Bandeirantes e Deicmar são controladas por grupos familiares de São Paulo e foram fundadas há mais de 70 anos.

A negociação levou cerca de um ano. Em 2016 o Valor revelou que a Deicmar havia contratado uma butique para assessorá-la na busca por interessados em seus ativos, então estimados em R$ 200 milhões, mas não havia tido sucesso.

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